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BRUNO BELTRÃO​

UGO ALEXANDRE

RENATO MACHADO

BRUNO DUARTE

EDUARDO HERMANSON

KRISTIANO GONÇALVES

KLEBERSON GONÇALVES

DANILO D'ALMA

FILIPI SCUDINE

KLEYDSON SEABRA

LEOZIN LAUREANNO

RONIELSON ARAUJO

CONCEPTION AND ARSTISTIC DIRECTION

DIRECTION ASSISTANT AND REHEARSER

 

LIGHT

DANCERS

CREW

In "H3", Bruno Beltrão and Grupo de Rua once again reinterpret hip-hop, deviating from the acrobatic clichés and macho posturing often associated with the style. With a more nuanced approach, the choreography incorporates bboying steps that evolve into a pulsating rhythmic base, building an ambient minimalist structure through electrifying duets and ensemble sections. Grupo de Rua's performances have delighted audiences around the world. This work highlights Beltrão's ability to transform hip-hop vocabulary into something sophisticatedly contemporary, broadening its artistic relevance and universal appeal.

Equilibrado com perfeição , como um míssil no alvo. Cinqüenta minutos de furor, de surpresa, de criatividade, é o H3, coreografado pelo brasileiro Bruno Beltrão para nove dançarinos  da companhia de hip-hop Grupo de Rua,  sediada em Niterói (Brasil). Criada em 2008, essa peça formidável está programada no festival Montpellier Danse antes de uma turnê pela França .

    O que já sabíamos  foi confirmado definitivamente. Bruno Beltrão, 29 anos, sabe transformar a dança hip-hop em  uma ferramenta coreográfica como nunca  foi visto antes. Por qualquer lado que abordemos o espetáculo – gestual, ocupação do palco, dramaturgia -,  H3, quinta obra apresentada na França desde 2002 (a companhia foi criada no Brasil em 1996),  resiste com uma sobriedade que beira o ascetismo. A  trilha sonora é fina como uma sola de tênis gasta de tanto bater no asfalto: se reduz ao ruído  urbano  distante crivado de algumas percussões.

  H3 ataca o palco  como uma praça-forte e faz com que as armas sejam entregues. Os dançarinos, usando camiseta e calça,  pisam com ousadia no  palco em uma obscuridade propícia às explosões de dança. Imagens aparecem como miragens, que por sua vez são cobertas por outras, e assim sucessivamente. Entrecortado ou estendido,  o vocabulário hip-hop, com seu jogo de pernas, deslocamentos, quedas,  passa por grandes dificuldades sem se perder no caminho. De repente, há o flamengo nas pernas e nos quadris, as artes marciais no arrebatamento,  a castagne nas cabeçadas. 

A dança hip-hop torna-se uma arte da ameaça, mas que passa pelo crivo de um pensamento sofisticado que sabe transformar o espaço em quadro vivo.  Diagonais, círculos em todas as direções,  descidas frontais, que frenesi nos corpos que, às vezes, parecem hostilizar sua dança. Que ritmo  nos rastos fulgurantes dos intérpretes, que correm de costas e explodem no ar como balões coloridos.

 

À beira da queda

 

    Sem se tornar um artifício da representação, a fúria hip-hop se inscreve em uma lógica espetacular que torna a agressividade uma questão artística, tratada sem  atrativos.  Sempre no limite de se deixar  levar por sua corrida  e ejetar no  cenário , os intérpretes rangem seus sapatos,  resvalam com estalos secos ou deslizamentos amortecidos.

    No silêncio  que cai regularmente, a dança reconstitui os ruídos  acuando o movimento à beira da queda. H3 , por mais abstrato que seja, lembra que a proeza técnica está no centro do hip-hop. Dançar  a façanha faz sobreviver. Pelo puro prazer do jogo. Pela beleza do gesto.

Rosita Boisseau Perfectly balanced, like a missile on target. This is H3, choreographed by Brazilian Bruno Beltrão for nine dancers from the hip-hop company Grupo de Rua, based in Niterói (Brazil). Created in 2008, this formidable piece is scheduled to appear at the Montpellier Danse festival before touring France. What we already knew has been definitively confirmed. Bruno Beltrão, 29, knows how to turn hip-hop dance into a choreographic tool like never before. Whichever way you look at it - gesture, stage occupation, dramaturgy - H3, the fifth work presented in France since 2002 (the company was founded in Brazil in 1996), endures with a sobriety that borders on asceticism. The soundtrack is as thin as a worn-out sneaker sole from pounding on the asphalt: it's reduced to distant urban noise with a few percussions. H3 attacks the stage like a fortress and makes the weapons surrender. The dancers, wearing T-shirts and pants, step boldly onto the stage in a darkness conducive to dance explosions. Images appear like mirages, which in turn are covered by others, and so on. Interspersed or extended, the hip-hop vocabulary, with its play of legs, movements, falls, goes through great difficulties without losing its way. Suddenly, there's Flemish in the legs and hips, martial arts in the snatch, castagne in the headbutts. Hip-hop dance becomes an art of threat, but one that passes through the sieve of sophisticated thinking that knows how to transform space into a living painting. Diagonals, circles in all directions, frontal descents, what frenzy in the bodies that sometimes seem to hostile their dance. What rhythm in the blazing tracks of the performers, who run backwards and explode into the air like colorful balloons. On the verge of falling Without becoming an artifice of representation, hip-hop fury is part of a spectacular logic that makes aggression an artistic issue, treated without attraction. Always on the edge of letting themselves be carried away by their run and ejected onto the set, the performers squeak their shoes, slip with dry clicks or cushioned slides. In the silence that falls regularly, the dance reconstitutes the noises, trapping the movement on the verge of falling. H3 , however abstract, reminds us that technical prowess is at the heart of hip-hop. Dancing the feat makes you survive. For the sheer pleasure of the game. For the beauty of the gesture. .

The art of threat 

by Brazilian Bruno Beltrão

[LE MONDE]

At the Montpellier Danse Festival, he does wonders with his hip hop company Grupo de Rua

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