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 GRN/DOC 

Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso do Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem do Grupo de Rua até aos dias de hoje.
 

SCAFFO

Anos 90 

No início de 1993, Bruno e seus amigos exploraram a cena de dança na cidade de Niterói, frequentando a boate Scaffo, um local popular entre jovens amantes da dança. Influenciados pelos movimentos de MC Hammer e Vanilla Ice, Michael Jackson além de R&B e New Wave que ecoavam na boate, Bruno, no início reticente, passou a se encantar gradualmente com a prática. Observando de longe seus amigos Rodrigo, Nathan, Allan, desenvolveu uma paixão pela dança que eventualmente traçaria sua carreira futura.
 

Chegaram a criar juntos com os amigos da rua um grupo chamado Power Dance, em São Francisco onde eram vizinhos e ensaiavam passos para apresentar na Scaffo aos finais de semana, no Clube Naval.


Em um encontro casual, Bruno e Rodrigo se viram frente a frente em um silêncio quase cômico. Bruno, à espera de Nathan, e Rodrigo, aguardando Allan, irmão de Nathan, se acomodaram em uma mesa que parecia conspirar para o encontro.

E como num passe de mágica, sem trocar uma palavra, seus dedos encontraram o ritmo em uma batucada espontânea que começava pela mesa.

Improvisada, nascida do nada, se tornou a trilha sonora de um encontro que marcaria o início de uma grande amizade e de uma longa colaboração artística que se estenderia por anos.

A batucada que uniu Bruno e Rodrigo

Destino Tocando a Mesa

Em 1994, após um ano frequentando a boate Scaffo, Bruno e Rodrigo foram surpreendidos por uma novidade trazida pelo amigo Douglas. Graças a ele ficaram sabendo que um professor americano dava aulas de hip hop na academia Ativa, em Icaraí. Mas essa informação não era muito precisa. Na verdade, o professor era o israelense Yoram Zsabo, que não ensinava hip hop, mas sim uma espécie de Street Jazz

Yoram Szabo,foi um professor de Jazz e Hip Hop que trabalhou entre Nova York e o Brasil nos anos 90. Originário de Israel, Yoram aprimorou suas habilidades em dança, canto e teatro em Nova York e Filadélfia, trazendo suas aulas para academias renomadas no Rio de Janeiro, como Carlota Portela e Enid Sauer. Seu estilo de dança, desenvolvido nas academias é uma mistura de New Jack Swing, Jazz. nas ruas de Nova York, era conhecido por seus movimentos leves e soltos que enfatizavam a diversão e o exercício físico, acessíveis a alunos de todos os níveis técnicos. Yoram Szabo deixou uma impressão duradoura antes de encerrar sua carreira docente, planejando cursos em cidades como Salvador e Aracaju, e solidificando seu papel como um influenciador na disseminação do Hip Hop no Brasil.

Da boate a academia

Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar dança.

Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que  Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos, em 1995.

Ensinar para aprender

Track Name

No mesmo evento, coreografam seu primeiro trabalho feito para crianças.

Lidia e Julia Vanini

Dançando no 
asfalto

No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.

Em 1994, Bruno e Rodrigo começaram a lecionar para crianças, na Academia Helfany. Logo notaram o contraste gritante entre ensinar crianças e adultos. Preocupados com a segurança dos pequenos, tomaram cuidado para adaptar cada movimento.

Do outro lado do mundo, na China, a história era outra. Os treinos de dança por lá são conhecidos por sua rigorosidade desde a infância. Os jovens dançarinos são moldados num regime de disciplina severa, onde habilidades são esculpidas sob o peso de expectativas altíssimas. Lesões e o desgaste emocional são, muitas vezes, vistos como sacrifícios necessários na busca pela perfeição artística.

Bruno, Rodrigo, Allan e Nathan no final da apresentação, em Niterói.