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Chegaram a criar juntos com os amigos da rua um grupo chamado Power Dance, em São Francisco onde eram vizinhos e ensaiavam passos para apresentar na Scaffo aos finais de semana, no Clube Naval.

Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso do Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem até aos dias de hoje.
 

GRN/DOC 

Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso de Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem até aos dias de hoje.

Logomarca - GRUPODERUA

1994

Ensinar para aprender

Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar. Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que  Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos.
Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que  Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos.

Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que  Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos.

SCAFFO

Anos 90 

No início desta decada, Bruno e seus amigos exploraram a cena de dança na cidade de Niterói, frequentando a boate Scaffo, um local popular entre jovens. Influenciados pelos movimentos de MC Hammer e Vanilla Ice, Michael Jackson além de R&B e New Wave que ecoavam na boate, Bruno, no início reticente, passou a se encantar gradualmente com a prática. Observando de longe seus amigos desenvolveu uma paixão pela dança que eventualmente traçaria sua carreira futura.
 

1993

A batucada que uniu
Bruno e Rodrigo

Chegaram a criar juntos com os amigos da rua um grupo chamado Power Dance, em São Francisco onde eram vizinhos e ensaiavam passos para apresentar na Scaffo aos finais de semana, no Clube Naval.

Destino tocando a mesa

Eles se viram frente a frente num silêncio quase cômico. Bruno, à espera de Nathan, e Rodrigo, aguardando Allan, irmão de Nathan, se acomodaram em uma mesa que parecia conspirar para o encontro. Sem trocar uma palavra, encontraram um ritmo em uma batucada na mesa. Marcou o início de uma grande amizade e de uma longa colaboração artística que se estenderia por anos.


 

1994

Yoram Szabo foi um professor de Jazz e Hip Hop que trabalhou entre Nova York e o Brasil nos anos 90. Originário de Israel, Yoram aprimorou suas habilidades em dança, canto e teatro em Nova York e Filadélfia, trazendo suas aulas para academias renomadas no Rio de Janeiro, como Carlota Portela e Enid Sauer. Seu estilo de dança, desenvolvido nas academias é uma mistura de New Jack Swing, Jazz. nas ruas de Nova York, era conhecido por seus movimentos leves e soltos que enfatizavam a diversão e o exercício físico, acessíveis a alunos de todos os níveis técnicos. Yoram Szabo deixou uma impressão duradoura antes de encerrar sua carreira docente, planejando cursos em cidades como Salvador e Aracaju, e solidificando seu papel como um influenciador na disseminação da dança no Brasil.

1993

Da boate a academia

Após um ano frequentando a boate Scaffo, Bruno e Rodrigo foram surpreendidos por uma novidade trazida por um amigo. Graças a ele ficaram sabendo que um professor americano dava aulas de hip hop na academia Ativa, em Icaraí. Mas essa informação não era muito precisa. Na verdade, o professor era o israelense Yoram Zsabo, que não ensinava hip hop, mas sim uma espécie de Street Jazz. 

Track Name

Bruno, Rodrigo, Allan e Nathan no final da apresentação, em Niterói.

Lidia e Julia Vanini

Dançando no asfalto

1995

Teste

No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.

No mesmo evento, coreografam seu primeiro trabalho feito para crianças.


 

Dançando no asfalto

No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.

Em 1994, Bruno e Rodrigo começaram a lecionar para crianças na Academia Helfany. Rapidamente, perceberam o contraste gritante entre ensinar pequenos e adultos. Enquanto o ensino para adultos demandava abordagem técnica e diálogo mais direto, trabalhar com crianças exigia paciência, criatividade e uma sensibilidade diferente para lidar com suas necessidades.

Curiosamente, do outro lado do mundo, na China, os treinos de dança são conhecidos por sua rigorosidade desde a infância. Essa prática, amplamente discutida, levanta questões éticas. Jovens dançarinos são frequentemente submetidos a regimes de disciplina severa, onde habilidades são "esculpidas" sob o peso de expectativas altíssimas. Lesões físicas e desgaste emocional são vistos, muitas vezes, como sacrifícios necessários em nome da perfeição artística.

A experiência na Academia Helfany foi breve. Após sua saída da Academia Bruno e Rodrigo decidiram não mais lecionar para crianças.

Lidia e Julia Vanini

1995

Aeroporto

No ano seguinte, coreografam 'Aeroporto', criada para o segundo espetáculo de fim de ano na Helfany.  Com apenas cinco minutos de duração, a coreografia retratava uma situação de ameaça de bomba em um aeroporto, que escalava até a chegada do esquadrão.

'Aeroporto' levou o grupo a um festival competitivo em São Paulo, onde conquistou o terceiro lugar. Acima, o Grupo de Rua e o o Blackout, um dos grupos paralelos do projeto Dança de Rua do Brasil.

'Aeroporto' levou o grupo a um festival competitivo em São Paulo, onde conquistou o terceiro lugar. Acima, o Grupo de Rua e o o Blackout, um dos grupos paralelos do projeto Dança de Rua do Brasil.

1998

Passos até o primeiro voo

1998

Em 1998, o GRN apresentava sua coreografia "Metrópole" na Bienal do Livro no Rio Centro, quando, Alfredo Appicella, italiano proprietário de uma academia de dança e idealizador do Festival Internacional di Funk ENDAS em Nápoles, estava na plateia. Encantado pela performance, Appicella convidou o grupo para competir na Itália, embora sem oferecer as passagens aéreas necessárias.

Sem desistir até o final, as produtoras do grupo Norma e Ana conseguiram um apoio do governo do Estado do Rio de Janeiro. Em troca de comprometer-se a realizar oficinas e apresentações futuras, o grupo foi contemplado com 14 passagens aéreas, abrindo caminho para sua primeira viagem internacional.

Na competição, o GRN conquistou o primeiro lugar entre dez grupos de toda a Europa, com este se tornando o ultimo festival competitivo que o viria a participar.

Após ter chamado a atenção de um juiz que assistiu a apresentação, o GRN foi convidado para um churrasco de pizza, prato emblemático da cidade, que começou com a invenção da margherita durante o século XIX. Com vista para a baía de Nápoles, o grupo experimentou a autenticidade da receita local, uma maneira fechar a viagem e comemorar a vitoria.

Bia Carneiro, Olga, Tania Mara, Rachel, Alessandra e Fernandinho, março 2000. 

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Captura de Tela 2024-12-10 às 12.05.29.p

A influência de Santos

Surgido da cena cultural dos anos 90, o grupo "Dança de Rua do Brasil", liderado por Marcelo Cirino, despontou no cenário das danças urbanas brasileiras. Inspirado numa mistura nada comum de aeróbica, breaking, new jack swing, jazz, e outras influencias, o grupo atualizou a estética da dança de rua, incorporando uma fusão eclética de influências.

Mais do que uma mera imitação, "Dança de Rua do Brasil" re-contextualizou elementos do voguing. A rigidez das posturas e a geometria das formas nas coreografias refletiam uma disciplina presente no projeto de Santos, enquanto a simetria dos movimentos evocava a imagem de um bloco militar em marcha.

As 'hand performances' , tradicionalmente executadas com suavidade e fluidez,

assumiram no repertório do grupo uma dureza e uma precisão impressionante.

A passarela, originalmente estilizada e elegante, é transformada numa entrada e saída padronizada do palco, remetendo à tensão e urgência de uma fuga em meio a uma ameaça. Essa ruptura com a tradição demonstra a ousadia e a criatividade do grupo, que não se prendeu a fórmulas pré-definidas, mas procurou re-imaginar a linguagem das danças urbanas a seu gosto.

A precisão obsessiva das coreografias eram marcas registradas da Dança de Rua do Brasil. Para eles, essa busca e ideia de perfeição técnica estava ligada à sincronia e à coreografia coral.

Grupo de Rua

Após dois anos na Academia Helfany e Jania, aos 16 anos, os dançarinos buscaram um novo espaço para expandir suas ambições artísticas, como representar a cidade em eventos no brasil e no exterior. Com a generosa acolhida de Rose Mansur, que abriu as portas de sua academia, eles realizaram a primeira audição que daria vida ao grupo. 

Em 15 de julho de 1996, a trajetória de Bruno e Rodrigo atingiu um ponto decisivo com a fundação do Grupo de Rua de Niterói, na Academia Rose Mansur.

16 de julho de 1996

Fundação

Após dois anos na Academia Helfany e Jania, aos 16 anos, os dançarinos buscaram um novo espaço para expandir suas ambições artísticas, como representar a cidade de Niterói em eventos no Brasil e no exterior. Com a generosa acolhida de Rose Mansur, que abriu as portas de sua academia, eles realizaram a primeira audição que daria vida ao GRUPODERUA. 
Em 16 de julho de 1996, a trajetória de Bruno e Rodrigo atingiu um ponto decisivo com a fundação do Grupo de Rua de Niterói, na Academia Rose Mansur.