




Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos, em 1995.
Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar dança.


Yoram Szabo,foi um professor de Jazz e Hip Hop que trabalhou entre Nova York e o Brasil nos anos 90. Originário de Israel, Yoram aprimorou suas habilidades em dança, canto e teatro em Nova York e Filadélfia, trazendo suas aulas para academias renomadas no Rio de Janeiro, como Carlota Portela e Enid Sauer. Seu estilo de dança, desenvolvido nas academias é uma mistura de New Jack Swing, Jazz. nas ruas de Nova York, era conhecido por seus movimentos leves e soltos que enfatizavam a diversão e o exercício físico, acessíveis a alunos de todos os níveis técnicos. Yoram Szabo deixou uma impressão duradoura antes de encerrar sua carreira docente, planejando cursos em cidades como Salvador e Aracaju, e solidificando seu papel como um influenciador na disseminação do Hip Hop no Brasil.
1993




GRN/DOC
Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso do Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem até aos dias de hoje.
Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso do Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem até aos dias de hoje.
As Trevas





1993



1994
Destino tocando a mesa
A batucada que uniu Bruno e Rodrigo
Em um encontro bem casual, Bruno, à espera de Nathan, e Rodrigo, aguardando Allan - irmão de Nathan - se viram frente a frente num silêncio que parecia conspirar para o encontro.
Sem trocar uma palavra, encontraram um ritmo em uma batucada na mesa.
Improvisada, nascida do nada, se tornou o som de um encontro que marcaria o início de uma grande amizade e de uma longa colaboração artística que se estenderia por anos.
Chegaram a criar juntos com os amigos da rua um grupo chamado Power Dance, em São Francisco onde eram vizinhos e ensaiavam passos para apresentar na Scaffo aos finais de semana, no Clube Naval.
As Trevas

Da boate a academia
Após um ano frequentando a boate Scaffo, Bruno e Rodrigo foram surpreendidos por uma novidade trazida pelo amigo Douglas. Graças a ele ficaram sabendo que um professor americano dava aulas de hip hop na academia Ativa, em Icaraí. Mas essa informação não era muito precisa. Na verdade, o professor era o israelense Yoram Zsabo, que não ensinava hip hop, mas sim uma espécie de Street Jazz.
No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.
Dançando no asfalto

Ensinar para aprender
1994
Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar.

Vanessa Motta e Tania Mara, amigas de adolescência, frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói. Bruno e Rodrigo foram apresentados à professora Helfany Peçanha, que acolhe e permite que começassem a dar aulas na academia em 1995, aos 15 anos.

No início dos anos 90, Bruno e seus amigos exploraram a cena de dança na cidade de Niterói, frequentando a boate Scaffo, um local popular entre jovens amantes da dança. Influenciados pelos movimentos de MC Hammer e Vanilla Ice, Michael Jackson além de R&B e New Wave que ecoavam na boate, Bruno, no início reticente, passou a se encantar gradualmente com a prática. Observando de longe seus amigos desenvolveu uma paixão pela dança que eventualmente traçaria sua carreira futura.
Scaffo
1992
Yoram Szabo,foi um professor de Jazz e Hip Hop que trabalhou entre Nova York e o Brasil nos anos 90. Originário de Israel, Yoram aprimorou suas habilidades em dança, canto e teatro em Nova York e Filadélfia, trazendo suas aulas para academias renomadas no Rio de Janeiro, como Carlota Portela e Enid Sauer. Seu estilo de dança, desenvolvido nas academias é uma mistura de New Jack Swing, Jazz. nas ruas de Nova York, era conhecido por seus movimentos leves e soltos que enfatizavam a diversão e o exercício físico, acessíveis a alunos de todos os níveis técnicos. Yoram Szabo deixou uma impressão duradoura antes de encerrar sua carreira docente, planejando cursos em cidades como Salvador e Aracaju.

Em 1994, Bruno e Rodrigo começaram a lecionar para crianças, na Academia Helfany. Logo notaram o contraste gritante entre ensinar crianças e adultos. Preocupados com a segurança dos pequenos, tomaram cuidado para adaptar cada movimento.
Do outro lado do mundo, na China, a história era outra. Os treinos de dança por lá são conhecidos por sua rigorosidade desde a infância. Os jovens dançarinos são moldados num regime de disciplina severa, onde habilidades são esculpidas sob o peso de expectativas altíssimas. Lesões e o desgaste emocional são, muitas vezes, vistos como sacrifícios necessários na busca pela perfeição artística.
Bruno, Rodrigo, Allan e Nathan no final da apresentação, em Niterói.





No ano seguinte, coreografam 'Aeroporto' , criada para o segundo espetáculo de fim de ano na Helfany. Com apenas cinco minutos de duração, a coreografia retratava uma situação de ameaça de bomba em um aeroporto, que escalava até a chegada do esquadrão anti-bombas.
Aeroporto

1995
1997
'Aeroporto' levou o grupo Balé Jovem Helfany Peçanha a um festival competitivo em São Paulo, onde conquistou o terceiro lugar. Foi nesse evento que tiveram o primeiro contato com o Blackout, um dos grupos paralelos do projeto Dança de Rua do Brasil.
Surgido na cena cultural dos anos 90, o grupo "Dança de Rua do Brasil", liderado por Marcelo Cirino, despontou no cenário das danças urbanas brasileiras. Com forte influência da aeróbica, o grupo atualizou a estética da dança de rua, incorporando uma fusão eclética de influências.
Mais do que uma mera imitação, "Dança de Rua do Brasil" recontextualizou elementos do voguing. A rigidez das posturas e a geometria das formas nas coreografias refletiam uma disciplina presente no projeto de Santos, enquanto a simetria dos movimentos evocava a imagem de um bloco militar em marcha.
Por exemplo, as hand performances, tradicionalmente executadas com suavidade e fluidez, assumiram no repertório do grupo uma dureza e uma precisão impressionantes.
A passarela, originalmente estilizada e elegante, é transformada numa entrada e saída padronizada do palco, remetendo à tensão e urgência de uma fuga em meio a uma ameaça. Essa ruptura com a tradição demonstra a ousadia do grupo, que não se prendeu a fórmulas pré-definidas, mas procurou reimaginar a linguagem das danças urbanas a seu gosto.
A sincronia e a precisão obsessiva das coreografias eram marcas registradas da Dança de Rua do Brasil. Para eles, essa ideia de perfeição técnica estava ligada à sincronia e à coreografia coral.
Fundação
Após dois anos na Academia Helfany e Jania, aos 16 anos, Bruno e Rodrigo buscaram um novo espaço para expandir suas ambições artísticas, como representar a cidade em eventos no brasil e no exterior. Com a generosa acolhida de Rose Mansur, que abriu as portas de sua academia, eles realizaram a primeira audição que daria vida ao grupo.
Em 15 de julho de 1996, a trajetória de Bruno e Rodrigo atingiu um ponto decisivo com a fundação do Grupo de Rua de Niterói, na Academia Rose Mansur.



16 de julho de 1996
A influência de Santos
1997
Terceira guerra adolescente
Desde sua formação, o Grupo de Rua não perdeu tempo em marcar seu território no competitivo mundo dos festivais de dança. Com "A Última Profecia", uma coreografia inspirada nas previsões de Michel de Nostradamus, esta coreografia pavimentou o caminho para uma série de vitórias, com o grupo conquistando primeiro lugar em todos os nove festivais nos quais competiram, oito no estado do Rio e um na Itália.

Momento em que o GRN ouve o resultado do Festival Tapias em 1996

1996
Da rua ao tumbling

Bruno, que havia sido aluno de Werneck dos 7 aos 12 anos na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), reencontrou o mentor em uma fase crucial. O reencontro reacendeu a paixão de Bruno pelo esporte e selou uma parceria inédita: em troca de treinamento, o grupo se apresentava em alguns eventos de ginástica organizados por ele. Após a morte de Werneck, a Prefeitura de Niterói criou o Torneio de Ginástica Carlos Werneck, homenageando seu legado e mantendo sua memória viva na comunidade da ginástica artística.

Entre 1997 e 1999, o Grupo de Rua teve a oportunidade de aprender ginástica olímpica com o professor Werneck. Ele era um dos mais respeitados instrutores da cidade, e também uma figura importante na vida de Beltrão.
A experiência com o professor Werneck
O vhs que chocou o Rio
Batalha alemã de 98 virou referência
O Grupo, já ativo há cerca de dois anos, teve seus horizontes no mundo do B-boying significativamente expandidos por um evento marcante. A transformação começou quando Fera e Maluquinho, dois b-boys do Pará, trouxeram para o Rio de Janeiro uma fita VHS com trechos do campeonato 'Battle of the Year' de 1998. Este torneio internacional, um dos mais prestigiados no cenário do b-boying, incluía uma batalha icônica entre as crews Suicidal Lifestyle e Phaze II. A fita rapidamente se tornou uma espécie de manual visual para o GRN, uma fonte de inspiração e aprendizado que os membros estudavam incessantemente.

1997

A batalha entre Suicidal Lifestyle e Phaze II é frequentemente vista como um marco na história do bboy, destacando-se por mostrar os talentos notáveis de Mr. Do, Wicked, Javier e o jovem K-Mel. Esta competição exemplificou a essência das verdadeiras batalhas de breakdance, com cada participante exibindo habilidades impressionantes e um respeito profundo pelos adversários, esforçando-se para superar o movimento anterior com criatividade e destreza.
Mais tarde muitos vieram a considerar que este evento representa a idade de ouro do b-boying. K-Mel, com apenas 17 anos na época, chamou muita atenção com seus movimentos e inspirou gerações futuras de dançarinos. Esta batalha enriqueceu a experiência do GRN e também continua a ser uma referência de excelência no mundo do bboy.

Experiência


Metrópole
Criado para o espetáculo de fim de ano na Academia Rose Mansur o GRN estreia 'Deus Trovão'.
Mas foi só o começo, porque depois de um tempo ajustando e adicionando umas coisas aqui e ali, "Deus Trovão" evoluiu e virou "Metropole". A coreografia levou o grupo para participações especiais em programas de TV e todo tipo de evento.


1997
"A Experiência", a sgunda coreografia do Grupo de Rua, estreou com grande expectativa no Festival Tapias em 1997, no Teatro Carlos Gomes. Após a peça anterior, o grupo estava ansioso para repetir o feito de conquistar o primeiro lugar. A coreografia narrava a história de uma cientista que refletia sobre suas advertências ignoradas pela comunidade científica acerca de uma iminente catástrofe. Em um dos momentos da apresentação, o Grupo de Rua criou uma cena com quatro galões que acendiam e apagavam ao pisar dos bailarinos, criando um quarteto de luzes que arrancava aplausos estrondosos do público. Esses galões, que se tornaram uma marca do espetáculo, foram construídos pelo pai de Bruno, João Marcos.
1997
Dançando no asfalto

Em 1994, Bruno e Rodrigo começaram a lecionar para crianças, na Academia Helfany. Logo notaram o contraste gritante entre ensinar crianças e adultos. Preocupados com a segurança dos pequenos, tomaram cuidado para adaptar cada movimento.
Do outro lado do mundo, na China, a história era outra. Os treinos de dança por lá são conhecidos por sua rigorosidade desde a infância. Os jovens dançarinos são moldados num regime de disciplina severa, onde habilidades são esculpidas sob o peso de expectativas altíssimas. Lesões e o desgaste emocional são, muitas vezes, vistos como sacrifícios necessários na busca pela perfeição artística.
Ensinar para aprender
Ensinar para aprender
Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos, em 1995.
Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos, em 1995.
Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar dança.
Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar dança.

Das matinês em Niterói até aos palcos internacionais, o percurso do Grupo de Rua é indissociável das suas raízes. Neste microsite, regressamos ao passado para descobrir toda a viagem do Grupo de Rua até aos dias de hoje.




SCAFFO
Anos 90

No início dos anos 90, Bruno e seus amigos exploraram a cena de dança na cidade de Niterói, frequentando a boate Scaffo, um local popular entre jovens. Influenciados pelos movimentos de MC Hammer e Vanilla Ice, Michael Jackson além de R&B e New Wave que ecoavam na boate, Bruno, no início reticente, passou a se encantar gradualmente com a prática. Observando de longe seus amigos desenvolveu uma paixão pela dança que eventualmente traçaria sua carreira futura.


1993

Destino tocando a mesa
A batucada que uniu Bruno e Rodrigo

Bruno e Rodrigo se viram frente a frente em um silêncio quase cômico. Bruno, à espera de Nathan, e Rodrigo, aguardando Allan, irmão de Nathan, se acomodaram em uma mesa que parecia conspirar para o encontro.
Sem trocar uma palavra, encontraram um ritmo em uma batucada na mesa.
Improvisada, marcou o início de uma grande amizade e de uma longa colaboração artística que se estenderia por anos.
Chegaram a criar juntos com os amigos da rua um grupo chamado Power Dance, em São Francisco onde eram vizinhos e ensaiavam passos para apresentar na Scaffo aos finais de semana, no Clube Naval.

1994

Da boate a academia
Após um ano frequentando a boate Scaffo, Bruno e Rodrigo foram surpreendidos por uma novidade trazida pelo amigo Douglas. Graças a ele ficaram sabendo que um professor americano dava aulas de hip hop na academia Ativa, em Icaraí. Mas essa informação não era muito precisa. Na verdade, o professor era o israelense Yoram Zsabo, que não ensinava hip hop, mas sim uma espécie de Street Jazz.


Yoram Szabo foi um professor de Jazz e Hip Hop que trabalhou entre Nova York e o Brasil nos anos 90. Originário de Israel, Yoram aprimorou suas habilidades em dança, canto e teatro em Nova York e Filadélfia, trazendo suas aulas para academias renomadas no Rio de Janeiro, como Carlota Portela e Enid Sauer. Seu estilo de dança, desenvolvido nas academias é uma mistura de New Jack Swing, Jazz. nas ruas de Nova York, era conhecido por seus movimentos leves e soltos que enfatizavam a diversão e o exercício físico, acessíveis a alunos de todos os níveis técnicos. Yoram Szabo deixou uma impressão duradoura antes de encerrar sua carreira docente, planejando cursos em cidades como Salvador e Aracaju, e solidificando seu papel como um influenciador na disseminação da dança no Brasil.



1994
Ensinar para aprender

Dois anos após o início das aulas com Yoram, que não retornou ao Brasil para continuar seus workshops, Bruno e Rodrigo se viram em frente do desafio de manter sua prática de dança. Diante da ausência de um mentor, eles tomaram uma decisão inusitada: começar a ensinar.
Encorajados por suas amigas de adolescência, Vanessa Motta e Tania Mara, que frequentavam assiduamente uma das academias mais antigas e renomadas de Niterói, foram apresentados à professora Helfany Peçanha que permitiu que Bruno e Rodrigo começassem a dar aulas na academia, aos 15 anos.

No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.

Bruno, Rodrigo, Allan e Nathan no final da apresentação, em Niterói.



Dançando no asfalto
1995

Dançando no asfalto
No mesmo ano que começam a dar aulas, coreografam seu primeiro trabalho criado para o final de curso da academia Helfany e Jânia com musica Now that we found love do Heavy D and the Boys.

Em 1994, Bruno e Rodrigo começaram a lecionar para crianças, na Academia Helfany. Logo notaram o contraste gritante entre ensinar crianças e adultos. Preocupados com a segurança dos pequenos, tomaram cuidado para adaptar cada movimento.
Do outro lado do mundo, na China, a história era outra. Os treinos de dança por lá são conhecidos por sua rigorosidade desde a infância. Os jovens dançarinos são moldados num regime de disciplina severa, onde habilidades são esculpidas sob o peso de expectativas altíssimas. Lesões e o desgaste emocional são, muitas vezes, vistos como sacrifícios necessários na busca pela perfeição artística.



No mesmo evento, coreografam seu primeiro trabalho feito para crianças.


'Aeroporto' levou o grupo a um festival competitivo em São Paulo, onde conquistou o terceiro lugar. Foi nesse evento que tiveram o primeiro contato com o Blackout, um dos grupos paralelos do projeto Dança de Rua do Brasil.



1995
Aeroporto
No ano seguinte, coreografam 'Aeroporto', criada para o segundo espetáculo de fim de ano na Helfany. Com apenas cinco minutos de duração, a coreografia retratava uma situação de ameaça de bomba em um aeroporto, que escalava até a chegada do esquadrão.
A influência de Santos
Surgido da vibrante cena cultural dos anos 90, o grupo "Dança de Rua do Brasil", liderado por Marcelo Cirino, despontou no cenário das danças urbanas brasileiras. Inspirado na aeróbica e nas batidas da música eletrónica, o grupo atualizou a estética da dança de rua, incorporando uma fusão eclética de influências.
Mais do que uma mera imitação, "Dança de Rua do Brasil" re-contextualizou elementos do voguing. A rigidez das posturas e a geometria das formas nas coreografias refletiam uma disciplina presente no projeto de Santos, enquanto a simetria dos movimentos evocava a imagem de um bloco militar em marcha.
Por exemplo, as performances das mãos, tradicionalmente executadas com suavidade e fluidez, assumiram no repertório do grupo uma dureza e uma precisão impressionantes.
A passarela, originalmente uma passarela estilizada e elegante, é transformada numa entrada e saída padronizada do palco, remetendo à tensão e urgência de uma fuga em meio a uma ameaça. Essa ruptura com a tradição demonstra a ousadia e a criatividade do grupo, que não se prendeu a fórmulas pré-definidas, mas procurou re-imaginar a linguagem das danças urbanas a seu gosto.
A precisão obsessiva das coreografias eram marcas registradas da Dança de Rua do Brasil. Para eles, essa busca e ideia de perfeição técnica estava ligada à sincronia e à coreografia coral.
Grupo de Rua

Após dois anos na Academia Helfany e Jania, aos 16 anos, os dançarinos buscaram um novo espaço para expandir suas ambições artísticas, como representar a cidade em eventos no brasil e no exterior. Com a generosa acolhida de Rose Mansur, que abriu as portas de sua academia, eles realizaram a primeira audição que daria vida ao grupo.
Em 15 de julho de 1996, a trajetória de Bruno e Rodrigo atingiu um ponto decisivo com a fundação do Grupo de Rua de Niterói, na Academia Rose Mansur.
16 de julho de 1996
Fundação

Após dois anos na Academia Helfany e Jania, aos 16 anos, os dançarinos buscaram um novo espaço para expandir suas ambições artísticas, como representar a cidade em eventos no brasil e no exterior. Com a generosa acolhida de Rose Mansur, que abriu as portas de sua academia, eles realizaram a primeira audição que daria vida ao GRUPODERUA.
Em 16 de julho de 1996, a trajetória de Bruno e Rodrigo atingiu um ponto decisivo com a fundação do Grupo de Rua de Niterói, na Academia Rose Mansur.





A Última Profecia' marca o início do Grupo de Rua na cena da dança amadora
Terceira guerra adolescente
Desde sua formação, o Grupo de Rua não perdeu tempo em marcar seu território no competitivo mundo dos festivais de dança. Com "A Última Profecia", uma coreografia inspirada nas previsões de Michel de Nostradamus, esta coreografia pavimentou o caminho para uma série de vitórias, com o grupo conquistando primeiro lugar em todos os nove festivais nos quais competiram, oito no estado do Rio e um na Itália.
Da rua ao tumbling


Da rua ao tumbling

Da rua ao tumbling
A experiência com o professor Werneck

Entre 1997 e 1999, o Grupo de Rua teve a oportunidade de aprender ginástica olímpica com o lendário Professor Werneck. Ele era um dos mais respeitados instrutores da cidade, e também uma figura importante na vida de Beltrão.
Bruno, que havia sido aluno de Werneck dos 7 aos 12 anos na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), reencontrou o mentor em uma fase crucial. O reencontro reacendeu a paixão de Bruno pelo esporte e selou uma parceria inédita: em troca de treinamento, o grupo se apresentava em alguns eventos de ginástica organizados por ele. Após a morte de Werneck, a Prefeitura de Niterói criou o Torneio de Ginástica Carlos Werneck, homenageando seu legado e mantendo sua memória viva na comunidade da ginástica artística.
O vhs que chocou o Rio
O vhs que chocou o Rio

O Grupo, já ativo há cerca de dois anos, teve seus horizontes no mundo do B-boying significativamente expandidos por um evento marcante. A transformação começou quando Fera e Maluquinho, dois b-boys do Pará, trouxeram para o Rio de Janeiro uma fita VHS com trechos do campeonato 'Battle of the Year' de 1998. Este torneio internacional, um dos mais prestigiados no cenário do b-boying, incluía uma batalha icônica entre as crews Suicidal Lifestyle e Phaze II. A fita rapidamente se tornou uma espécie de manual visual para o GRN, uma fonte de inspiração e aprendizado que os membros estudavam incessantemente.

A batalha entre Suicidal Lifestyle e Phaze II é frequentemente vista como um marco na história do bboy, destacando-se por mostrar os talentos notáveis de Mr. Do, Wicked, Javier e o jovem K-Mel. Esta competição exemplificou a essência das verdadeiras batalhas de breakdance, com cada participante exibindo habilidades impressionantes e um respeito profundo pelos adversários, esforçando-se para superar o movimento anterior com criatividade e destreza.
Mais tarde muitos vieram a considerar que este evento representa a idade de ouro do b-boying. K-Mel, com apenas 17 anos na época, chamou muita atenção com seus movimentos e inspirou gerações futuras de dançarinos. Esta batalha enriqueceu a experiência do GRN e também continua a ser uma referência de excelência no mundo do bboy.
O vhs que chocou o Rio

"O Grupo, já ativo há cerca de dois anos, teve seus horizontes no mundo do B-boying significativamente expandidos por um evento marcante. A transformação começou quando Fera e Maluquinho, dois b-boys do Pará, trouxeram para o Rio de Janeiro uma fita VHS com trechos do campeonato 'Battle of the Year' de 1998. Este torneio internacional, um dos mais prestigiados no cenário do b-boying, incluía uma batalha icônica entre as crews Suicidal Lifestyle e Phaze II. A fita rapidamente se tornou uma espécie de manual visual para o GRN, uma fonte de inspiração e aprendizado que os membros estudavam incessantemente.

A batalha entre Suicidal Lifestyle e Phaze II é frequentemente vista como um marco na história do bboy, destacando-se por mostrar os talentos notáveis de Mr. Do, Wicked, Javier e o jovem K-Mel. Esta competição exemplificou a essência das verdadeiras batalhas de breakdance, com cada participante exibindo habilidades impressionantes e um respeito profundo pelos adversários, esforçando-se para superar o movimento anterior com criatividade e destreza.
Mais tarde muitos vieram a considerar que este evento representa a idade de ouro do b-boying. K-Mel, com apenas 17 anos na época, chamou muita atenção com seus movimentos e inspirou gerações futuras de dançarinos. Esta batalha enriqueceu a experiência do GRN e também continua a ser uma referência de excelência no mundo do bboy.



Jorge Sankler e Jorge Luciano Neres de Carvalho, gêmeos com um pé no circo e outro na cena hip hop, são conhecidos por suas acrobacias espetaculares.
Em uma ocasião, eles visitaram um treino do Grupo de Rua, liderado por Werneck, no colegio Salesianos, em Niteroi. Werneck e os Gemeos faziam alguns projetos juntos.
Durante a visita, um dos irmãos, executou uma manobra impressionante. Ele iniciou um mortal para trás, mas, em um movimento surpreendente, decidiu interromper a acrobacia no ápice e aterrissou suavemente em uma cama de mola. A cena inesperada deixou todos os bailarinos do Grupo boquiabertos, marcando o dia com um misto de suspense e admiração.

Visita dos Gêmeos



Competições, eventos e TV
Os primeiros anos do Grupo de Rua
Nos seus primeiros quatro anos, o grupo se apresentou em diversos eventos, desde a chegada do Papai Noel no Maracanã até desfiles na passarela para a coleção de Sebastião Raphael. O GRN dançou em eventos sob o sol escaldante das praias, e também fazia apresentações especiais para marcas como Gillette e Danone. Esteve em programas de televisão como o Show da Xuxa; o Som Brasil, ao lado de Lulu Santos e Claudinho e Buchecha e no Vida ao Vivo Show, do Luiz Fernando Guimarães e Pedro Cardoso. Em 2000, encerrando a fase de participações especiais, o grupo desfilou no Sambódromo para a Mocidade Independente.
















Passos até o primeiro voo
Em 1998, o GRN apresentava sua coreografia "Metrópole" na Bienal do Livro no Rio Centro, quando, Alfredo Appicella, italiano proprietário de uma academia de dança e idealizador do Festival Internacional di Funk ENDAS em Nápoles, estava na plateia. Encantado pela performance, Appicella convidou o grupo para competir na Itália, embora sem oferecer as passagens aéreas necessárias.


Sem desistir até o final, as produtoras do grupo Norma e Ana conseguiram um apoio do governo do Estado do Rio de Janeiro. Em troca de comprometer-se a realizar oficinas e apresentações futuras, o grupo foi contemplado com 14 passagens aéreas, abrindo caminho para sua primeira viagem internacional.




Na competição, o GRN conquistou o primeiro lugar entre dez grupos de toda a Europa. Este se torna o úlltimo festival competitivo que viria a participar.

Bia Carneiro, Olga, Tania Mara, Rachel, Alessandra e Fernandinho, março 2000.



Após ter chamado a atenção de um juiz que assistiu a apresentação, o grupo foi convidado para um churrasco de pizza, prato emblemático da cidade, que começou com a invenção da margherita durante o século XIX. Com vista para a baía de Nápoles, o grupo experimentou a autenticidade da receita local, uma maneira fechar a viagem e comemorar a vitória.


1998
1999






Passos até o primeiro voo
Em 1998, o GRN apresentava sua coreografia "Metrópole" na Bienal do Livro no Rio Centro, quando, Alfredo Appicella, italiano proprietário de uma academia de dança e idealizador do Festival Internacional di Funk ENDAS em Nápoles, estava na plateia. Encantado pela performance, Appicella convidou o grupo para competir na Itália, embora sem oferecer as passagens aéreas necessárias.


Sem desistir até o final, as produtoras do grupo Norma e Ana conseguiram um apoio do governo do Estado do Rio de Janeiro. Em troca de comprometer-se a realizar oficinas e apresentações futuras, o grupo foi contemplado com 14 passagens aéreas, abrindo caminho para sua primeira viagem internacional.




Na competição, o GRN conquistou o primeiro lugar entre dez grupos de toda a Europa, com este se tornando o ultimo festival competitivo que o viria a participar.

Bia Carneiro, Olga, Tania Mara, Rachel, Alessandra e Fernandinho, março 2000.



Após ter chamado a atenção de um juiz que assistiu a apresentação, o GRN foi convidado para um churrasco de pizza, prato emblemático da cidade, que começou com a invenção da margherita durante o século XIX. Com vista para a baía de Nápoles, o grupo experimentou a autenticidade da receita local, uma maneira fechar a viagem e comemorar a vitoria.


1998
1998










Visita ao circo
De volta a Niterói, após o Festival Internacional di Funk ENDAS, o Grupo de Rua se prepara para um novo desafio: participar de um espetáculo de circo na Concha Acústica com o renomado diretor francês Pierrot Bidon. Encantado, o diretor convida a cia para participar do "Circo da Madrugada", um espetáculo com 50 artistas de diversas origens. A temporada começa em Niterói, em 2000, e se estende a Lyon, na França.

Pierrot Bidon foi um visionário do mundo do entretenimento, mais conhecido por fundar o icônico circo francês Archaos, que revolucionou a arte circense moderna nos anos 80.
O estilo de Bidon foi fundamental para o desenvolvimento do "novo circo", uma vertente que enfatiza uma narrativa forte e inovações estéticas, influenciando gerações de artistas em todo o mundo. Sua obra permanece um legado de criatividade e ousadia, celebrada por transformar radicalmente a percepção pública do que poderia ser um espetáculo circense.
Se for dirigir, não dance
Em meio aos preparativos para o espetáculo na Concha Acústica de Niterói, durante um dos ensaios, Bruno tomou uma decisão que mudaria seu papel na companhia.
Ciente de sua dificuldade em conciliar as funções de diretor e dançarino, Bruno falou com Rodrigo sobre sua intenção de se afastar dos palcos e se dedicar exclusivamente à direção e coreografia. Essa decisão, tomada precocemente abriu espaço para que Bruno explorasse seu potencial como líder e criador, impulsionando o Grupo de Rua para novos patamares.

2000

Turbulência
após o voo
Ao voltar ao Brasil, Bruno, Rodrigo e as produtoras Norma e Ana se viram no meio de uma tempestade. Um grupo de mães, apreensivas com a segurança de suas filhas durante uma temporada na Itália, acusou o grupo de falta de comunicação, desencadeando um intenso conflito. A situação escalou ao ponto de afetar o financiamento do grupo pela Neltur, empresa de esportes e turismo de Niterói, que decidiu suspender sua ajuda de custo de dois mil reais dado a todo o grupo.
Enquanto a confusão se instalava, Bruno se viu num momento decisivo. Além da tensão no grupo, ele também estava no fim de seus estudos secundários, debatendo-se com a escolha de qual faculdade cursar. Desiludido com os projetos temporários e superficiais que vinham fazendo, estava dividido entre seguir um curso em cinema ou em dança. Influenciado por Vanessa e Tânia Mara, que já estavam na faculdade de dança, começou a considerar seriamente essa última opção.
Rodrigo Bernardi, Ugo Alexandre, Paulo Azevedo, Bruno Beltrão e Guto Vieira, na Faculdade da Cidade, fevereiro 2000.

Chão para um paraquedas aberto

Em 2000, Bruno e seus amigos Rodrigo Bernardi, Ugo Alexandre, Paulo Azevedo e Guto Vieira receberam um empurrão de Tania e Vanessa para mostrar suas pesquisas em hip hop no curso de dança da Faculdade da Cidade. Nesse evento, Bruno teve um encontro com o professor Roberto Pereira, que não apenas o incentivou a se matricular na faculdade, mas também se tornou um mentor e amigo. Entrar no Centro Universitário da Cidade abriu um novo capítulo na vida de Bruno, dando início a uma transformação significativa na sua carreira artística e a um período de crescimento e exploração criativa.
Com a orientação de Pereira e da professora Silvia Soter, Bruno se aprofundou no cenário da dança contemporânea do Rio. Ele foi influenciado por nomes importantes como Paulo Caldas e Maria Alice Pope da Stacatto Cia de Dança, Esther Weitzman e Lia Rodrigues. Além disso, ele começou a explorar o trabalho de ícones internacionais como Jerome Bel, William Forsythe e Anne Teresa de Keersmaeker, todos conhecidos por suas abordagens inovadoras e desafiadoras às formas tradicionais de dança. Esse período de intensa aprendizagem e intercâmbio foi crucial para Bruno desenvolver junto ao Grupo de Rua uma linguagem coreográfica única, que eles explorariam em seus projetos futuros.

2001
Left turn
Guinada a esquerda
Foi então que o grupo recebe um convite de Beatriz Radunzsky, do Sesc Copacabana, para a Mostra Duos de Dança. A peça refletia as influências acadêmicas de Beltrão e seu desejo de experimentar algo diferente do que faziam antes. 'Do Popping ao Pop' não só transformou a direção artística do grupo mas também estabeleceu a fundação para futuras produções que continuariam a explorar e expandir os horizontes de um novo campo, sugerido mais tarde pelo critico Roberto Pereira como uma 'dança de rua contemporânea'.

A peça Do Popping ao Pop marcou um ponto de virada crucial na trajetória do Grupo de Rua. Criada em 2001, a obra representou uma evidente e significativa ruptura com a dança de rua mais convencional que o Grupo praticava, introduzindo uma abordagem que mesclava a linguagem base do hip hop com recursos há muito recorrentes na dança contemporânea.

Horas antes de subirem ao palco para uma apresentação comercial de uma marca de iogurte em um centro de convenções em São Paulo, Bruno e Eduardo estavam envolvidos numa conversa casual no quarto. Sem que Eduardo soubesse, Bruno decidiu gravar esse diálogo, usando-o como ponto de partida para uma profunda reflexão sobre a relação entre personalidade e gesto. A pergunta que movia Beltrão era intrigante: é possível conhecer alguém através de sua maneira de dançar?
Em 2002, essa questão ganhou vida no palco do Teatro Sergio Porto, durante o Festival Panorama da Dança, onde a peça foi apresentada pela primeira vez.
amizade, filosofia e chá de cogumelo
Dança encarnada
2001




Priemeira viagem internacional, de novo
2002
Primeira viagem internacional, de novo
Após o Sesc, apesar de terem participado de apenas alguns eventos naquele ano, como a Gala de Dança na UERJ, a Mostra Migrações e o Café com Dança, o grupo viu sua trajetória ganhar um novo rumo. Gisele Tápias, percebendo o potencial do grupo, convida-os para uma seleção especial chamada Plataforma para os Rencontres Choreographiques de Seine-Saint-Denis. Nessa seleção, a diretora Anita Mathieu escolheria duas obras para serem apresentadas em Paris, em 2002.
Contra todas as expectativas, "Do Popping ao Pop" foi uma das escolhidas, se destacando entre várias companhias renomadas do Rio. Esse reconhecimento foi uma especie de "estreia pela segunda vez", sua segunda viagem internacional – a primeira focada unicamente em sua produção artística, diferentemente da participação anterior com o Circo da Madrugada, em 1999.
Curiosamente, apesar de "Do Popping ao Pop" ser o primeiro experimento do grupo nesse campo, a peça, incluída em um programa maior que continha outros dois trabalhos (Eu e meu coreografo e Too Legit to quit), viajou para 16 países até 2007, confirmando a relevância deste primeiro experimento da companhia.
Bruno teve uma notável relação de colaboração com o dançarino Eduardo Hermanson desde 1999. Ela é marcada pela busca constante de novas linguagens corporais e experimentações no campo da dança, o que tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de ambos os artistas e para a evolução estética do grupo. Este diálogo permitiu que ambos explorem limites e possibilidades da dança urbana de maneiras inovadoras.
A mais longa e duradoura parceria


Bruno tem uma notável relação de colaboração com o dançarino Eduardo Hermanson desde 1999. Ela é marcada pela busca constante de novas linguagens corporais e experimentações no campo da dança, o que tem contribuído significativamente para o desenvolvimento de ambos os artistas e para a evolução estética do grupo. Este diálogo permitiu que ambos explorem limites e possibilidades da dança urbana de maneiras inovadoras. Hermanson também contribuiu ativamente com outros coreógrafos como Kafig e Laura Samy.
A mais longa e duradoura parceria




2002

Cultura dissecada
Concebida especialmente para o Festival Panorama da Dança, a peça Too Legit to Quit foi apresentada em 2 de novembro de 2001, no foyer do Teatro Carlos Gomes. Analisando desde os pseudônimos dos dançarinos até seus estilos de vestuário e gestos característicos, a performance explora os símbolos e significados da cultura. Too Legit to Quit serve como um guia crítico e acessível para aqueles menos familiarizados com os intricados códigos do hip hop urbano, desdobrando os elementos dessa arte de forma critica e celebratória.


Ao voltar ao Brasil, Bruno, Rodrigo e as produtoras Norma e Ana se viram no meio de uma tempestade. Um grupo de mães, apreensivas com a segurança de suas filhas durante uma temporada na Itália, acusou o grupo de falta de comunicação, desencadeando um intenso conflito. A situação escalou ao ponto de afetar o financiamento do grupo pela Neltur, empresa de esportes e turismo de Niterói, que decidiu suspender sua ajuda de custo de dois mil reais dado a todo o grupo.
Enquanto a confusão se instalava, Bruno se viu num momento decisivo. Além da tensão no grupo, ele também estava no fim de seus estudos secundários, debatendo-se com a escolha de qual faculdade cursar. Desiludido com os projetos temporários e superficiais que vinham fazendo, Bruno sonhava com algo mais significativo. Ele estava dividido entre seguir um curso em cinema ou em dança. Influenciado por Vanessa e Tânia Mara, que já estavam na faculdade de dança, Bruno começou a considerar seriamente essa última opção.
Conquistar espaço
Em 2005, a peça H2 marcou a primeira vez que um grupo de dança hip hop brasileiro foi coproduzido por festivais europeus, uma iniciativa que partiu de Simon Dove, diretor do renomado festival holandes Springdance, em Utrecht.
H2 conta com um grupo de quatorze dançarinos, escolhidos entre 250 candidatos de todo o Brasil.
Em H2, Beltrão levou a técnica do top rock, tradicionalmente um elemento do b-boy, para além das suas fronteiras usuais, transformando-a numa verdadeira tecnologia de conquista espacial no palco. Alem disso, abordou temas como masculinidade e a tentativa de dançar junto a partir de algumas técnicas do hip hop.
Com este trabalho Bruno é eleito 'Upcoming choreographer of the year' pela revista alemã Balletanz.
2005
'Espetáculo de popularidade'
- O sucesso das companhias de dança da cidade aumentou muito o movimento de novos alunos. A bela trajetória do Grupo de Rua de Niterói, por exemplo, vem fazendo com que muitos meninos procurem as aulas. Aqui dentro, eles se apaixonam pela dança e alguns passam a se dedicar inclusive ao balé clássico, o que é maravilhoso. Isso, certamente, vai render ótimos frutos para a cidade no futuro, com mais bailarínos e até a formação de novas companhias - conta Eloiza Torres, da Camarim Escola de Dança, em Icaraí, uma das matores academias da cidade.



Ugo Alexandre e Bruno Beltrão em ensaio de Inoah. feveireiro 2017. Ao fundo, Sid Yon, Leozin, Joao e Bruninho.
Parceiros da dança
Ugo Alexandre iniciou sua carreira em 1991, estabelecendo-se como um pioneiro das danças urbanas no Rio de Janeiro. Foi o fundador do legendário Jazz de Rua, grupo formado por estudantes de danca, street dancers, artistas de circo e notórios por vencerem varios festivais da sua época.
Sua carreira internacional começou no Grupo de Rua em 2004, ao substituir um dançarino nos espetáculos Too Legit to Quit e, posteriormente, Telesquat. Para a surpresa de Bruno, pois há muito não se falavam, durante uma viagem onde vários grupos de dança de rua da capital foram a Cabo Frio, Ugo ficou sabendo da saída de um integrante e perguntou se poderia fazer parte do Too Legit to Quit. Como performer dessas duas peças, chegou a conhecer 20 países criando uma profunda relação com toda a companhia.
Após a saída Gabriela Monnerat em 2007, torna-se assistente de direção de Bruno e estreia na peça H3. Durante seus 16 anos na companhia, Ugo participou da criação de 3 das 9 peças da companhia. (H3, Crackz e Inoah)
Fora do Grupo de Rua, Ugo dirigiu com Renato Cruz, o espetáculo Roots, que promoveu uma interação entre o balé clássico e as danças urbanas e foi apresentado no Teatro Casa Grande, no Rio em 2016. Retomou também a sua companhia Rio Hop Cia de Danca, onde apresentou no Teatro Cacilda Becker, a peça Samplers, em 2016.
Como membro da comissão do Sindicato dos Profissionais de Dança do RJ e idealizador do Curso de Capacitação em Danças Urbanas no Rio e em Vitória; e como jurado no Festival de Dança de Joinville de 2017 a 2019, Ugo reforçou seu papel na promoção e educação em dança no cenário nacional.

Ugo Alexandre e Bruno Beltrão em ensaio de Inoah. feveireiro 2017.



2008
Corrida de costas em
direção a si mesmo
O Grupo de Rua regressa com a criação H3 que foca nas pesquisas de movimento relativo ao chão e na subversão espacial. A peça explora possibilidade de contato entre os dançarinos e incorpora influências diversas, de Lalala Human steps, a estudos sobre Hermeto Pascoal. Beltrão voltou a insistir nas corridas de costas e num 'hip hop de contato'.
Até hoje, H3 é a peça da de maior circulação do Grupo de Rua, visitando 16 países durante 5 anos de apresentações. É tambem neste trabalho que Bruno inicia a parceria com o musico Lucas Marcier e Rodrigo Marçal da ARPX.

Crackz
2013
Prosa guerreira
A cidade, perto do Rio de Janeiro, que deu nome à criação foi onde o Grupo de Rua residiu e criou uma obra que explora a forma como a dança dialoga com as pessoas e o mundo em geral. O espetáculo que começou sua turne em 2018 e explorou em palco as ideias de comunidade temporária e a solidão crua. Inoah já tentava dar corpo às contradições violentas que dilaceram a sociedade brasileira.


2017
2017
Ugo Alexandre e Bruno Beltrão em ensaio de Inoah. feveireiro 2017.
Turvo, a velha 'new creation '
2022
'Nova Criação', agora finalmente batizada de 'Turvo', pode ser vista como um comentário sobre aspectos sociais durante os anos turbulentos do Brasil sob um governo conservador. Esta obra, carregada de alegorias políticas, apresenta uma sociedade onde a moralidade e as leis fundamentais parecem ter desaparecido, capturando o caos através de uma coreografia crua e visceral.
'Turvo' não apenas reflete sobre um passado recente marcado por desinformação, violações de direitos e violência política, mas também falas sobre as divisões sociais profundas exacerbadas nesses anos. A coreografia espelha essas tensões transformando o palco em um campo de batalha de confrontos e alianças efêmeras. Com uma trilha sonora que oscila entre ritmos sintéticos e batidas tribais, a performance se desdobra em uma narrativa que desafia o público a refletir sobre a resiliência e as complexidades do Brasil contemporâneo. Enquanto as paisagens políticas continuam a se transformar, 'Turvo' não serve apenas como um registro de um momento, mas como um questionamento artístico contínuo de uma nação em constante mudança.

Da rua para o mundo
A internacionalização da companhia começou em 2002. Desde então, o Grupo de Rua já apresentou seus trabalhos em 35 países e mais de 150 cidades ao redor do mundo.
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